Musicalidade
Pesquisa realizada pelos alunos: Chrystian Querino, Guilherme Alves e Julio Cesar.
Chula
É uma cantiga curta, normalmente feita de improviso que faz apresentação ou identificação. É entoada pelo cantador para fazer a abertura de sua composição. Normalmente faz uma louvação aos seus mestres às suas origens ou à cidade em que nasceu ou está no momento, pode ainda fazer culto a fatos históricos, lendas ou algum outro elemento cultural que diga respeito à roda de capoeira. É comum aos cantadores da roda usarem a chula como introdução para as corridos e ladainhas e, durante a mesma é sugerido um refrão para o coro cantar.
"A Hora é Essa"
(autor: Mestre Bigodinho)
A hora é essa, A hora é essa
A hora é essa, A hora é essa
Berimbau tocou na capoeira
Berimbau tocou eu vou jogar
Coro: Berimbau tocou na capoeira
Berimbau tocou eu vou jogar
Corrido
Como o próprio nome já sugere, é uma cantiga que "acelera" o ritmo e que se caracteriza pela junção do verso do cantador com as frases do refrão repetido pelo coro total ou parcialmente, dependendo do tempo que o cantador dá entre os versos que canta. O cantador faz versos curtos e simples que são a toda hora repetidos e o conjunto deles é usado como refrão pelo côro. O texto cantado pode ser retirado de uma quadra, de uma ladainha ou de uma chula ou ainda de cenas da vida cotidiana, de um passado histórico ou simplesmente da imaginação do cantador. Geralmente, o ocorrido é cantado nos toques de São Bento Grande, Cavalaria, Amazonas, São Bento Pequeno, sempre em toques mais acelerados.
"Zum Zum Zum"
Zum zum zum
Capoeira mata um
Coro:Zum zum zum
Capoeira mata um
Onde tem marimbondo?
Coro:É zum zum zum!
Onde tem marimbondo?
Coro:É zum zum zum!
O A O A E
Coro:Quero ver bater
Quero ver cair
Quadra
A quadra é uma estrofe curta de apenas quatro versos simples, cujo conteúdo pode variar de acordo com a criatividade do compositor que pode fazer brincadeiras com sotaque ou comportamento de algum companheiro de jogo. Pode fazer advertências, falar de lendas, fatos históricos ou figuras importantes da capoeira. Normalmente as quadras terminam com uma chamada ao coro que pode ser: camaradinha, camará, volta do mundo, aruandê, Iêê...Êêê...dentre muitas.
No Tempo Que Eu Tinha Dinheiro
(autor: Mestre Barrão)
No tempo que eu tinha dinheiro
IÁIÁ me chamava de amor
Agora o dinheiro acabou
IÁIÁ foi embora e me deixou....
Meu mestre sempre me disse
Na vida só vale quem tem
Pois agora eu não dinheiro
Ando na vida sozinho e sem ninguém
Os amigos eu tinha foram embora
A mulher que eu amava me deixou
Pois agora eu só tenho a capoeira
Que nunca me abandonou
E tenho meu berimbau
Com ele eu faço canção
Quando eu estou sozinho
Ou triste na solidão
Coro:No tempo que eu tinha dinheiro
IÁIÁ me chamava de amor
Agora o dinheiro acabou
IÁIÁ foi embora e me deixou....
Ladainha
É um ritmo lento, sofrido, dolente, é como uma reza, uma oração muito parecida com as que são feitas na Igreja Católica em louvor ao terço. O conteúdo de uma ladainha corresponde a uma oração longa e desdobrada pelo cantador em versos entremeados pelo refrão repetido pelo coro. As ladainhas, exclusivas do jogo de Angola, são cantadas antes do início do jogo. Os participantes da roda devem ficar atentos ao cantador, pois na ladainha pode ser feito um desafio e, quando for dada a senha para o início do jogo qualquer um pode ser chamado neste desafio.
"Perguntei a Seu Pastinha"
(Autor: Toni Vargas)
Certa vez perguntaram a Seu Pastinha
O que é a Capoeira
E ele, Mestre velho e respeitado,
Ficou um tempo calado
Revirando a sua alma
Depois respondeu com muita calma
Em forma de ladainha
A capoeira
É um jogo, é um brinquedo
É se respeitar o medo
E dosar bem a coragem
É uma luta
É manha de mandingueiro
É o vento no veleiro
Um lamento na senzala
É um corpo arrepiado
Um berimbau bem tocado
E o riso de um menininho
A Capoeira é o voo de um passarinho
Bote da cobra coral
Sentir na boca
O gosto doce do perigo
É sorrir para o inimigo
Ao apertar a sua mão
É o grito de Zumbi
Ecoando no quilombo
É se levantar de um tombo
Antes de tocar o chão
É o ódio
É a esperança que nasce
Um tapa explodiu na face
E foi arder no coração
Enfim, é aceitar o desafio
Com vontade de lutar
A capoeira é um pequeno barquinho
Solto nas ondas do mar
É um pequeno barquinho
Solto nas ondas do mar
Um barco que segue sem destino
Solto nas ondas do mar
É um barquinho de um menino
Solto nas ondas do mar
Devagar na vida, peregrino,
Solto nas ondas do mar
É um peixe, é um peixinho
Solto nas ondas do mar.
Samba de roda
Depois que a roda acaba, é feito um “samba de roda” para acalmar os ânimos mais exaltados durante o jogo. O samba de roda tem letra um pouco mais longa do que o corrido e a quadra, mas se compara bem de perto ao conteúdo de uma chula ou ladainha:
Lê, lê, lê baiana
(autor: Mestre Suassuna)
A Baiana me pega
Me leva pro samba
Eu sou do samba
Eu vim sambar
Lê lê lê Baiana
Baiana me deu sinal
Coro: Lê lê lê Baiana
Pra dançar no carnaval
Coro: Lê lê lê Baiana
Tambem joga Capoeira
Coro: Lê lê lê Baiana
Angola e Regional
Coro: Lê lê lê Baiana